10 técnicas de memorização para você incluir na sua rotina de estudos

Postado em 23 de jul de 2023
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Técnicas de memorização são práticas de estímulo à atenção e concentração que ajudam nosso cérebro a entender a relevância de determinada informação. 

Elas são especialmente indicadas para quem está estudando para uma prova importante, como o Enem e o vestibular. 

E pensando em ajudar você a entender como as técnicas de memorização funcionam e quais são elas, trouxemos esse conteúdo. 

Você vai conferir: 

 

 

Como funciona a memória 

Quando falamos sobre memória, estamos falando sobre a capacidade que o cérebro tem de absorver e armazenar informações. 

A memória é uma das funções mais complexas do corpo humano. Ela ocorre quando os neurônios, ou células nervosas, fazem conexões uns com os outros por pontos chamados de sinapses. 

Assim que uma informação é captada pelos órgãos visuais, o cérebro escolhe para onde levar essa informação, se para o córtex frontal, onde ocorre o processamento de memórias de curto prazo, ou para o hipocampo, onde ocorre o armazenamento de memórias de longo prazo. 

Para armazenar informações, o cérebro utiliza duas formas: chamadas de memória de procedimento e memória declarativa. 

A primeira é aquela memória que guarda um padrão, a mesma forma de fazer algo. São as memórias motoras, sensitivas e intelectuais. 

Por exemplo, o cérebro usa essa forma para memorizar como a sua mão faz para pegar uma caneca ou como ele faz seu corpo se comportar quando você sente vergonha. 

Já a memória declarativa é aquela que faz associação de dados, dedução e cria novas informações. Ela é uma forma utilizada pelo cérebro quando você precisa lembrar de algo de forma mais consciente. 

Por exemplo, quando você lembra do nome do seu cachorro ou quando memoriza o número de telefone da sua mãe. 

Além dessas duas formas de armazenar informações no cérebro, existem outros tipos de memórias com funções diferentes e mais específicas. Veja quais são: 

  • Memória processual: que reconhece processos e é responsável por resgatá-los; 
  • Memória visual: que reconhece rostos e lugares; 
  • Memória Episódica: que armazena e relembra acontecimentos da sua vida; 
  • Memória Topocinética: que grava movimentos e posições do corpo; 
  • Memória Semântica: que armazena palavras, significados e sentidos. 
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O que é a curva do esquecimento? 

Assim como o cérebro armazena informações, ele também precisa eliminá-las. Isso porque temos um poder limitado de armazenamento. 

É por esse motivo que você não consegue lembrar de tudo o que aconteceu na sua infância, mas apenas daquelas memórias mais importantes. 

Esse processo de eliminação de memórias pelo qual o cérebro passa é chamado de curva do esquecimento. O termo foi cunhado pelo psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus em 1885. 

Na curva do esquecimento, o cérebro dá preferência para memórias mais recentes e mais utilizadas, que estejam sendo empregadas com mais frequência no estudo e no trabalho.

E aquelas que não estão sendo resgatadas com frequência, são esquecidas aos poucos. Isso porque nem tudo o que nós aprendemos terá utilidade. 

Em seu trabalho, Hermann Ebbinghaus constatou que o ser humano pode esquecer metade do que aprendeu em um dia, e cerca de 70% durante uma semana. 

É por isso que a aprendizagem não depende apenas de termos acesso a uma informação. Ela depende do processo de aprendizagem. 

As etapas da aprendizagem humana 

Estudos apontam que a aprendizagem acontece em 3 etapas: aquisição, retenção e aplicação. 

A etapa de aquisição acontece quando nos deparamos com uma informação nova. Por exemplo, quando um aluno está escutando uma lição em sala de aula. 

Nessa etapa, ele é exposto a algo que não conhece ainda, mas através da exposição do professor e das associações que seu cérebro faz, acontece a retenção. 

Na etapa de retenção, o aluno construirá seu próprio entendimento daquela lição, relembrando algo parecido que ele já conhece e tentando recordar se ele já viveu algo parecido. 

Depois dessa etapa, nós temos a aplicação, quando o aluno coloca em prática o conhecimento que ele adquiriu e reteve, seja em exercícios ou na vida real. 

Essa é uma etapa essencial no processo porque é a partir da aplicação que conseguimos marcar a informação como algo valioso.

Memorizar X Decorar 

A aprendizagem de uma informação tem muito mais a ver com memorizar do que com decorar. 

Quando você memoriza algo, está fazendo o seu cérebro entender a relevância daquela informação através de técnicas que envolvem significado. 

Porém, quando você decora algo, está usando uma reprodução automática sem significado. Ou seja, decorar algo é esquecer esse algo assim que não precisar se lembrar mais.

técnicas de memorização - mulher lembrando de algo para escrever

As 10 melhores técnicas de memorização para colocar em prática 

O problema do processo de memorização é que ele nem sempre funciona como queremos. 

Por exemplo, é bem possível que você tenha uma letra de música de cor na cabeça, mas não consegue lembrar das fórmulas para calcular área e perímetro. 

É por isso que existem técnicas de memorização, que são práticas de estímulo à atenção e concentração, e que ajudam o cérebro a entender a relevância de determinada informação. 

Selecionamos aqui 10 técnicas de memorização para você colocar em prática quando precisar. Confira a listagem abaixo: 

1. Faça resumos e esquemas 

Uma das técnicas mais difundidas de memorização e aprendizado é o uso de resumosmapas mentais e esquemas. 

Nessa técnica, depois de fazer uma leitura ou assistir uma aula, você toma nota dos temas mais importantes, palavras-chave, esquemas de conceitos e considerações próprias. 

Essa técnica ajuda a sistematizar o conteúdo e exercitar a sua mente porque aciona a etapa de aplicação do aprendizado. 

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2. Associe novos aprendizados aos que você já conhece 

Parte importante do processo de aprendizado é associar o conteúdo não conhecido a algo que você já conhece. 

Isso funciona na medida em que insere a nova informação relacionada à antiga no domínio cognitivo. Um bom exemplo é a aprendizagem de uma nova língua. 

Você já conhece a palavra “mãe” em português, então quando for estudar inglês, associará automaticamente a palavra “mother” à “mãe”. 

3. Reflita sobre o que aprendeu 

Essa é uma técnica parecida com o resumo, mas utiliza perguntas para estimular o aluno a pensar sobre o conteúdo exposto, especialmente se for um texto. 

Quando terminar de ler um livro, é bom fazer perguntas como: 

  • Quem é o autor? 
  • Em que época o livro foi escrito? 
  • Qual é o objetivo da história? 
  • Com quem o autor buscava falar? 

Fazer esse tipo de questionamento traz uma reflexão consciente sobre o texto lido e aumenta a sua postura crítica diante dele. 

4. Exercite o que aprendeu 

Como já dissemos, a etapa de aplicação é aquela que traz uma assimilação muito melhor do conteúdo, então tente sempre exercitar o conteúdo que aprendeu. 

Por exemplo, faça simulados, resolva listas de exercícios, participe de jogos de perguntas e respostas, busque problemas de lógica e jogue palavras-cruzadas ou sudoku. 

5. Faça associações visuais e engraçadas 

Lembrar de um meme é muito mais fácil do que lembrar dos detalhes de um acontecimento histórico. Sabe por quê? Porque o seu cérebro uniu a aquisição de uma informação com a retenção da informação usando emoção. 

Por isso, transformar conteúdos em algo engraçado é uma maneira de memorizar e se divertir. 

Vale relacionar os conteúdos com situações engraçadas do dia a dia, jogos de palavras e trocadilhos, ícones, cenas de séries e filmes, desenhos e outras estratégias. 

6. Ensine o que aprendeu para alguém 

Quando você ensina algo para alguém, está colocando a etapa de aplicação do aprendizado em prática. 

Uma teoria diz que nós retemos 90% de um conteúdo quando precisamos explicar esse conteúdo para alguém. Logo, essa é uma ótima técnica de memorização. 

Então, quando tiver estudado um conteúdo busque explicar esse conteúdo para um familiar, amigo ou você mesmo (através de uma gravação de voz). 

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7. Transforme tudo em música 

A música é uma maneira interessante de memorizar uma informação, isso porque as melodias costumam ficar retidas no cérebro por mais tempo. 

Por isso, tente converter um conhecimento em som. Pode ser uma fórmula, uma série de palavras-chave ou uma história. O importante é dar ritmo. 

8. Use métodos mnemônicos 

Os métodos mnemônicos são ferramentas de associação, táticas simples para usar no dia a dia e que ajudam a memorizar conteúdos. 

Os exemplos mais comuns são acrônimos e acrósticos, mas você também pode utilizar ícones, imagens ou palavras.

A ideia é associar o conteúdo a algo que seja simples de memorizar e que você tenha acesso no seu dia a dia. 

9. Use flashcards 

Os flashcards são uma das técnicas de memorização mais conhecidas e eficazes porque utiliza a etapa de aplicação do aprendizado. 

Eles funcionam da seguinte forma: você tem uma pergunta na frente do cartão e uma resposta no verso. A intenção é dizer a resposta correta. 

É uma ótima técnica para estudar idiomas, fórmulas ou datas importantes. 

10. Use lápis e papel 

E por último, uma técnica interessante é utilizar lápis e papel para fazer anotações e não apenas dispositivos eletrônicos, como celular e computador. 

O método “antigo” é excelente para memorização. Isso porque você precisa escrever as palavras, estando em contato direto com o conteúdo e estimulando seu cérebro a lembrar daquilo, já que as anotações exigiram esforço físico maior do que digitar. 

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Como descobrir quais técnicas de memorização funcionam para você 

Agora que você conhece 10 das principais técnicas de memorização existentes, pode ficar a dúvida: mas qual delas usar?

A resposta é: você precisa descobrir qual (ou quais) delas funciona melhor para você. 

O ideal é que você pesquise a respeito de cada uma e procure identificar qual delas tem o objetivo que você busca e qual seria mais adequada para sua rotina e dia a dia.

técnicas de memorização - como colocar em prática com 5 dicas

Como se preparar para colocar as técnicas de memorização em prática com 5 dicas 

As técnicas de memorização que apresentamos aqui são ótimas ferramentas para reter aprendizado, mas existem alguns hábitos e cuidados que você precisa tomar no seu dia a dia para ajudar o seu cérebro a trabalhar bem. 

Confira abaixo: 

1. Mantenha o foco 

Durante os estudos, é essencial que você mantenha o foco e não se distraia facilmente com o que acontece ao seu redor. Então, treine o seu cérebro usando alguns truques: 

  • Desligue o seu celular; 
  • Não use o navegador do computador para ver vídeos ou redes sociais; 
  • Avise sua família que você vai estar estudando; 
  • Estude em um ambiente tranquilo e sem distrações; 
  • Se precisar, procure sons de natureza ou ruído branco para concentrar. 

Além disso, uma ideia para manter o foco é utilizar recompensas.

Por exemplo, determine que quando você terminar de estudar um conteúdo, vai poder comer um doce ou ver um episódio de uma série. 

Isso ajuda seu cérebro a se concentrar no que você está fazendo no momento, sabendo que terá uma recompensa depois. 

2. Estabeleça um ritmo de estudos 

É importante que antes de começar a estudar, você estabeleça um plano de estudos e que determine os horários e datas que vai estudar. 

Não adianta aplicar uma das técnicas de memorização se você só vai estudar quando “tiver tempo”. Lembre-se de que os estudos precisam estar na sua rotina. 

Por isso, tenha uma lista dos conteúdos que você precisa estudar, coloque os estudos dentre os seus compromissos diários e tenha disciplina. 

3. Organize o seu espaço físico 

Essa é uma dica que caminha junto com a primeira. Para conseguir manter o foco, você precisa ter o seu local de estudos organizado. 

Ele deve ser uma extensão da sua mente, um espaço de calmaria e focado no seu objetivo.

Por isso, é importante que ele esteja isolado de distrações e seja um local onde você não seja incomodado enquanto estuda. 

Além disso, manter a organização da mesa e do ambiente é fundamental.

Nada de deixar canecas, copos e papeis de lanches em cima da mesa porque limpar a sua mesa pode se tornar uma grande distração. 

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4. Tenha uma boa alimentação 

Assim como manter o seu ambiente de estudos limpo e organizado é importante, manter uma dieta balanceada e beber muita água é essencial. 

Isso porque um corpo saudável significa um cérebro saudável.

Por isso, escolha comer alimentos com nutrientes que ajudam seu corpo e cérebro, como ômega 3, flavonoides e fisetina.

Essas são substâncias que ajudam a manter a concentração e desenvolvimento cognitivo. 

5. Respeite os momentos de pausa e descanso 

É preciso que você estude com afinco e tenha compromisso, porém é preciso ter boas noites de sono, horários de descanso e momentos de distrações para descansar o cérebro. 

Por isso, quando estiver sentindo que seu rendimento está reduzindo, não se force a continuar estudando porque tem uma meta.

Estudar demais mais prejudica do que ajuda, então preste atenção aos sinais do seu corpo. 

4 mitos sobre a memorização para deixar de lado 

E já que estamos falando sobre técnicas de memorização, não podemos deixar de citar os mitos que envolvem a memória e o processo de aprendizagem. 

Confira a listagem abaixo: 

1. É preciso muito tempo para memorizar 

O processo de memorização funciona muito mais pela qualidade do que quantidade. Não adianta ler apostilas por horas se você não faz simulados ou não está se concentrando. 

2. Só aprendemos quando alguém explica 

Com certeza, escutar a lição de um professor pode ser mais estimulante e ajudar no processo de retenção de um conteúdo, mas não é apenas o que funciona. 

Isso porque a memorização depende de concentração e nem sempre um aluno está concentrado em sala de aula. 

3. Só idosos têm problemas de memória 

Na verdade, problemas de memória podem acometer qualquer pessoa que tiver predisposição para isso, seja por motivos biológicos ou por estresse. 

4. Ter boa memória é um dom 

A boa memória não é um dom ou habilidade que só algumas pessoas podem desenvolver.

Ela é uma função cognitiva que pode ser melhorada mediante treinamento em qualquer pessoa que não tiver doenças que afetem o desenvolvimento. 

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Mariana Bortoletti

Por Mariana Bortoletti

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Mercadóloga, jornalista e especialista em escrita criativa.